Casamento tem crise. Sociedade tem crise. Até a comunidade européia tá em crise. Diante dessa realidade pergunto: Por que não eu? Pois bem, eu confesso. Estou vivendo meu segundo momento de crise profissional. E é crise das brabas.
Desde já aviso: não sou perfeito, pelo contrário, sou imperfeito. Erro, erro bastante, mas procuro jamais me afastar do principal nessa profissão abençoada que é buscar, acima de tudo, de qualquer coisa, a justiça.
Não advogo para o crime. Muito menos pro criminoso. Eu advogo pro devido processo legal, pra presunção da inocência, eu advogo pra ampla defesa. Não advogo para o pré-julgamento, muito menos para a precipitação e insensibilidade com a vida e a liberdade humana.
Eu fico aflito, eu como as unhas, eu passo mal, ao ver alguém que deveria prezar pelo cumprimento da lei, que deveria fiscalizar a retidão dos atos judiciais, alguém que recebeu votos para defender o coletivo, enfim, fico aflito ao ver que, aqueles que tem o poder, tem condições de fazer mais, de fazer melhor, são os primeiros a cuspir na lei, a ignorar preceitos básicos. Fere a alma ver a Justiça sendo encostada para o lado pela politicagem e pela troca de afagos e favores.
Causa vergonha encontrar pelas ruas e praças autoridades com o preço colado na testa, todos por aí, viajando, morando, dirigindo, fazendo uso do dinheiro público, dinheiro que, se aplicado corretamente, contribuiria para a redução dos indices de violência.
É estúpido achar que a violência vai diminuir com a Policia dando tiros e presos pegando sopapos. É estupidez defender o jogo sujo pra quem joga sujo. É estupidez defender a morte para quem mata.
Eu tenho fome e sede de Justiça, mas hoje, eu me permito fechar os olhos e ficar em silêncio.
Hoje estou em crise.
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