Dando provas para mim mesmo que existe todo um universo fora do Direito Penal, fui até Recife/PE para uma audiência cível, em companhia de um cliente. Felizmente tudo correu bem, houve conciliação e todos ficaram satisfeitos. Mas é impossivel deixar de mencionar que antes desse final feliz, aconteceu algo inusitado.
Eu e o colega advogado – que representava o outro litigante – debatíamos as possibilidades, as peculiaridades do processo quando ele disse que havia passado por uma situação tensa algum tempo atrás. Desde o inicio ele fez questão de frisar que era advogado civilista, quando começou a contar que precisou sair em defesa de uma cliente com mandado de prisão.
Ele disse que decidiu levar a cliente até a delegacia, mas que não contava com a imprensa no local. Imediatamente pôs o braço e a pasta de documentos na frente do rosto, a fim de evitar ser visto pelas lentes dos jornalistas. Eu, sem entender, resolvi perguntar o motivo de tanta preocupação quando ele respondeu sem hesitação:
– Eu tava ali, fazendo um trabalho que não é o meu habitual… morri de medo que me vissem ali e achasse que sou criminalista. Deus me livre ser confundido com um!
Enfim, ladrão, vagabundo, cachaceiro ele aceita, mas advogado criminalista, ahhhhhhhhhh, criminalista não! Aí já é demais!
É um bom exemplo para aqueles que não sabem qual carreira seguir, qual área atuar. Esteja ciente: se resolver atuar na área criminal, é sempre assim.
Boa Noite.
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