O texto abaixo dispensa comentários. Fala por si.
O autor é o advogado Daniel Nogueira, colega que milita predominantemente no Direito Eleitoral em nosso estado, ou seja, é baludo ($$$)! Se Deus quiser, um dia chego lá…
E, por óbvio, além de baludo, escreve muito bem. O texto é excelente. O link do blog, bLex, já está na barra lateral à direita entre aqueles de leitura obrigatória.
Minha única indagação é: se o Daniel, acostumado a advogar para “cidadãos notórios”, pessoas “incomuns”, tais como prefeitos, vereadores, ex-governadores, reclama da falta de urbanidade de autoridades locais, imagine “nóis” do crime, comumente chamados de bandidos e “ixxxxpertos”.
Fez-me lembrar de um incidente quando, ao entrar no gabinete de um (a) desembargador (a) para buscar informaçòes de um Habeas Corpus, a nobre autoridade, ao me ver, levantou da do trono cadeira e nada gentilmente disse para que eu saísse do gabinete, pois ele (a) nao aceitava pressão no seu trabalho.
E teria barizado o texto de “Coisas de Sucupira”, Daniel…um abraço.
Vim na segunda-feira a noite para Brasília para realizar sustentação oral no TSE na terça-feira. Como o Ministro Menezes Direito faleceu na madrugada de segunda para terça, a sessão foi adiada para quinta-feira. Como o ex-ministro jurista José Guilherme Villela foi assassinado, a Justiça Eleitoral decretou luto, (oficialmente por conta da morte do Ministro do STF) e adiou a sessão de quinta para a próxima terça.
Mas a razão deste post não é essa sucessão de tragédias. O que me levou a escrever é uma sensação que tenho toda santa vez que venho a Brasília para advogar perante os tribunais superiores. E dessa vez não foi diferente.
Devo esclarecer que o caso que vim defender no TSE, apesar de interessante, não é necessariamente o mais relevante debate jurídico na pauta daquela Corte. O TSE é acostumado a julgar caso de Presidentes, Senadores, Governadores, Prefeitos… e meu cliente é um vereador. Aqui em Brasília eu sou um ilustre desconhecido. Não tenho nos tribunais daqui a década e pouco de prática que tenho nos tribunais amazonenses.
Eu tinha todos os motivos do mundo para ser solenemente ignorado no TSE. Um mero advogado anônimo, do Amazonas, num caso do cotidiano de apenas um vereador. No entanto, o tratamento dispensado pelos Tribunais Superiores aos advogados faz com que o causídico se sinta realmente como importante para a administração da Justiça. Desde o porteiro até os Ministros, todos fazem com que a relevância da função do advogado seja aparente. Todos te tratam com respeito e urbanidade, e as pessoas realmente se interessam em te atender. Ambas as vezes em que foi adiada a sessão, um assessor do gabinete do Ministro Relator teve a decência de ligar para avisar que as sessões não ocorreriam. Em ambos os casos, o advogado foi informado do adiamento menos de uma hora depois de baixada a portaria, e o assessor – apesar de não ser pessoalmente responsável – pediu desculpas pelo inconveniente diante do problema logístico ocasionado pela protelação sucessiva das sessões.
Quando tive feitos perante o STJ, tive exatamente a mesma experiência de ser respeitado como essencial à Justiça. (Algum dia postarei minha experiência com o Ministro Fux). Mas dessa vez é que percebi o verdadeiro problema: Não é que o STF, TSE e STJ tratem o advogado bem demais. É que eu, infelizmente, estou mal-acostumado a ser mal-tratado na Justiça de meu estado.
o problema do mau atendimento não é só no Judiciário, parece ser uma maldita cultura deste lugar. Vc vai a uma loja, a um restaurante e é como se tivesse acabado com o dia do atendente . Eu, particularmente, deixei de ir ao supermercado DB porque quando chegava no caixa era super mal atendido, sem contar o problema sério com o troco. Quanto ao i. causídico, não tenho pena. É o mesmo que iniciou, com atos vis e ardilosos, o processo de achincalhe e demoralização da séria e competente juíza Maria Eunice. Vc recebe o tratamento que gente do seu tipo merece.
Se o nobre advogado já se sente assim, que dirá nós, simples mortais diante daqueles que se julgam deuses…
Caro Christhian,
Antes de mais nada, em meu nome pessoal, e em nome de todos os advogados que compõem a Equipe do bLex, gostaria de agradecer pelo post. Ser republicado no “Diário” realmente é algo de que se deve ter orgulho.
No demais, quero dizer que o colega foi generoso demais na minha apresentação. Só para constar: um dos meus objetivos de vida é ganhar tanto dinheiro quanto as pessoas acham que eu tenho.
Um grande abraço,
Daniel
O inferno é sempre concreto, mas temo que esse comportamento sucupiramazonense seja mais amplo do que se imagina.
Piero Calamandrei, em seu “Eles, os juízes, vistos por um advogado” (Martins Fontes), registra essa arrogância de modos, entre a ironia e a quase prece:
“A justiça é coisa muito séria; mas, precisamente por isso, senhor juiz, não é preciso que o senhor, da sua mesa, me faça essa cara feia.
Essa máscara feroz com que o senhor me olha intimida-me e leva-me a ser prolixo, enquanto espero ler um sinal de compreensão nesse rosto de pedra. Para nos entendermos como pessoas sensatas, é preciso estarmos dispostos a sorrir também: com um sorriso poupamo-nos tantos discursos inúteis!
A cara feia é uma parede, o sorriso é uma janela. Senhor juiz, estou aqui embaixo, esgoelando-me para falar de assuntos importantíssimos, como são os da liberdade e da honra de um homem. Seja gentil, senhor juiz: de vez em quando, para que eu perceba que o senhor está em casa, apareça à janela”.
Amém.
Putz … agora eu quero saber (em off) quem foi a autoridade que não admitiu a “pressão” …
Ser advogado no Amazonas é ser um pouco sadomasoquista.
É ter de suportar “juizite, assessorite, escrivanzite, subalternozite, protocolozite, oficializite” quiçá até “estagiarozite” (colegas, postem os “ites” que vocês conhecem…).
Não é toa que tantos advogados com vocação fazem concurso para carreiras não-jurídicas, mas como mais segurança financeira e principalmente respeito, dignidade e estabilidade.
O advogado no Amazonas é submetido a sérias humilhações e não tem dignidade que merece para o desempenho de sua função.
O problema é que o desrespeito vem da alta cúpula do Judiciário e atingem até o mais simples servidor. Talvez a culpa seja de alguns advogados também que se submetem a puxar o saco de juiz, desembargador e outras autoridades, que se servem da subserviência para aceitar a tudo sem reclamar, nem fazer valer suas prerrogativas.
Assim não tem como fazer justiça, nem como defender o direito alheio.
Dignidade, apenas dignidade.
Concordo com o Dr. Daniel…So nao pode se acustumar pq aqui o negocio pega…
Eu já passei por essa situação no municipio de Itacoatiara, quando viajei 264 km, para fazer uma audiência, na qual a mesma estava designada para o dia 20 de agosto, cheguei no munbicipio dia 19, fui até o Fórum e confirmei a audiência, para o dia 20, quando lá cheguei com o meu cliente e as testemunhas, fui pega de surpresa quando o funcionário veio me informar que houve um equivoco, e que a audiência seria no dia 25 do mesmo mês.
Fui até ao cartório pedi para fazer uma petição ao juíz, aonde fiz uma petição informando ao magistrado que no dia 25 não poderia esta presente, protoxolizei a petição em seguida fui até ao gabinete do magistrado para cumprimentá-lo lhe informando que havia peticionado , o magistrado me perguntou? qual o motivo da petição? lhe informei que não poderia esta presente no dia 25 de agosto, foi quando me disse na lata ” DOUTORA EU SINTO MUITO MAIS NÃO VOU ATENDER SEU PEDIDO”, respondi o porquê da negativa, o magistrado educadamente( para não dizer ao contrário) inrrolou e jogou a jsutificativa para a jusrisprudência, que não tinha nada haver.
Humildimente respondi que o erro não era meu e sim da vara, e que o bom senso teria que prevalecer, e indaguei ao magistrado se o erro era do cartório sob sua supervisão quem iria pagar minhas despesas, ai o bicho pegou quase apanho, e lhe informei também na lata que iria informar a Corregedoria do TJ, ai que não gostou mesmo. Olhou para mim e falou” DOUTORA ESTA ME INTIMIDANDO? respondi na lata ? que só estava informando.
Veja só a recepção que o advogado que viaja kilometros e é recepcionado dessa maneira.
A outra situação que passei foi na 7ª vara criminal, quando pedi do diretor muito educado( para não dizer ao contrário), pedi para falar com o assessor do Juiz, que é um rapaz muito humilde e educado, me bloqueou, dizendo que o assessor não fala com advogado é molhe ou quer mais, infelizmente o Juiz não estava presente, que é um magistrado maravilhoso na qual tenho muita admiração, mais acredite que isso não vai ficar assim, irei informar o juiz do acontecido.
O diretor ficou mais irritado que eu falei para ele que o cargo delle como diretor era passageiro, e para preservá-lo teria que ser educado não só com os advogados mais com qualquer pessoa que ali pede uma informação.
ANA ESMELINDA.
Dr. Christhian
tá com sorte ai no norte.
Aqui no sudeste nem juiz tem pra vc ver a cara dele, feia ou bonita. Cara feia por aqui só dos cartorarios que também se acham juizes, dão sentença, inderem liminares, só não fazem semaninha. Senaninha é so para juiz e promotor.
Estive algumas vezes no nordeste a trabalho e fiquei imprecionado com o ótimo tratamento dado aos advogados.
Boa sorte
[…] ensejo, o Dr. Naranjo republicou o mesmo texto no Diário De Um Advogado Criminalista (apesar de cometer erro essencial quanto à pessoa do Daniel em sua apresentação). […]
Que bom que essas duas “feras” Daniel e Christhian, estejam trocando figurinhas junto.
Quanto a grana…. humm…, os dois tem um “bucadinho” a receber por aí nenão?
Dr. Naranjo,
(Se V.Sa. não publicar, vou entender)
Estou horrorizado com a quantidade de erros de português dos que se identificam como advogados. (Não é erro de digitação, não.)
Por um momento pensei que estivesse no Blog do Holanda. Lá dá prá entender e perdoar. Aqui não!!! (sem preconceitos, claro!!)
O mínimo que se espera de um profissional graduado é que ele domine bem sua língua pátria (falada e escrita).
Para um advogado, então, que tem nesses elementos sua principal ferramenta de trabalho, é fundamental.
É uma crítica dura, sei, porém, construtiva. Vamos procurar melhorar. Só se tem a ganhar.
Grande abraço.
Ana Esmelinda, esse juiz que te tratou mal deve ser de um concurso [editado] e desse concurso ainda sofrem de juizite, 90 % deles passaram .
Num concurso sério quase nenhum deles teria passado.
E [editado] melhora um pouco seu português, tá horroroso!
Já que o Dr. Chrithian não quis colocar o ano do concurso, deixa pelo ao menos dizer que foi o último da década de 90. Nâo edite não. Aquele concurso foi uma vergonha inclusive foi anulado pelo Dr. Mauro Bessa, depois veio o silêncio.
Concordo com o Gomes. O português de alguns que fizeram comentários (Anônimo-Ana e Márcio) é bem sofrível mesmo. Impressionante!!!
Quero dizer que concordo com o SAMOA quando diz que não tem pena do advogado Daniel Fábio Jacob Nogueira, filho do Secretário Municipal de Educação: “É o mesmo que iniciou, com atos vis e ardilosos, o processo de achincalhe e demoralização da séria e competente juíza Maria Eunice. Vc recebe o tratamento que gente do seu tipo merece.”
Quero me reportar aos nobres SAMOA e SIMPSON: não tenho procuração do Dr. Daniel para defendê-lo, e na verdade, nem estou a fazê-lo, mas achar que é bem feito um profissional no exercício legal de seu mister ser mal tratado é, no mínimo, um sentimento “vil”. Ninguém, por pior que possa nos parecer, merece o tratamento quase que desumano que nós advogados sofremos diariamente nos balcões do Fórum.
Trabalhei por 3 anos em Brasília, atuando em todas as instâncias, e até mesmo nos Fóruns das cidades satélites mais humildes eu fui tratada com educação, com cortesia e, o melhor de tudo, com respeito.
Ao voltar para Manaus (que tanto amo!) senti um impacto muito forte, por causa da diferença do tratamento dispensado até mesmo por magistrados.
E em Mossoró, uma pequena cidade no sertão do Rio Grande do Norte, também fui muito bem recebida e orientada pelos serventuários da justiça, bem como pelo Juiz do processo no qual atuei.
Não sei o que acontece por estas plagas. Porque tanta descortesia e falta de respeito com o advogado? Alguém poderia me dizer?
Lendo este post e referidos comentários, me veio a singela dúvida: Onde anda a comissão de prerrogativas do advogado?